ROBERTO MÍCOLI

As obras de Mícoli são conhecidas por uma estilização elegante ao extremo. Contêm uma mística única, e grande influência de arte tribal. Têm aspectos de arte têxtil e plumária, influências dos povos andinos, do concretismo, zen-budismo e artesania.”
— João Pedrosa
 
 
 

ROBERTO MÍCOLI

1953

São Paulo, Brasil

Pintor, desenhista, tem suas primeiras noções de desenho com seu pai Mário Micoli. Autodidata em pintura, influencia-se pelos trabalhos de Antonio Peticov (1946), Tomoshige Kusuno (1935), Mira Schendel (1919 - 1988) e Antonio Dias (1944). Em 1978, trabalha na Oficina de Artes para Crianças na Casa de Cultura de Valinhos, São Paulo e, em 1983, participa do Projeto Jacaré, atividades de pintura e performance nas ruas de São Paulo.

"Marca característica da arte nesses últimos anos é a prospecção que vários artistas vêm fazendo no passado da História da Arte, tentando recuperar valores e atitudes que, sobretudo, redefinam o conceito de artista, após o processo de dilatação (para muitos excessivo) que esse conceito sofreu nas últimas décadas. Se a maioria desses artistas acreditou que apenas resgatando as imagens, os procedimentos estilísticos do passado e as técnicas artísticas tradicionais - resgate este sempre via História da Arte -, estariam solucionando esta verdadeira crise de identidade, alguns poucos, no entanto, empreenderam mergulhos radicais rumo a uma possível imanência do artista, capaz de transcender em definitivo questões de tempo e espaço e, portanto, a própria História. Se acompanharmos o processo de Micoli nos últimos anos, veremos como o artista aos poucos vai realizando esta trajetória de regresso à figura mítica do artista, através - inicialmente - do uso que fez de signos originários das mais diversas culturas para a elaboração de suas obras. Por volta de 1985, a produção de Micoli caracterizava-se pelo uso prolixo desses signos num mesmo campo, separados/articulados por áreas de cores que os ordenavam numa estrutura de fortes ressonâncias construtivas.(...) Nesse momento, a viagem de regresso de Micoli está em pleno curso. Já não se considera mais um artista preso às contingências históricas de seu tempo, mas - através da identificação radical com aqueles artistas primeiros - está prestes a assumir os valores atemporais do artista mítico, um semideus ordenador do caos".

 

Tadeu Chiarellin

 

OBRAS

 
Eduardo Fernandes