Cada um o Coração - BETH NEVES
Compreendendo as relações inerentes entre arte e vida, a artista Louise Borgeois marcou a História da Arte com a seguinte frase: art is a guaranty of sanity. Mesmo sabendo que a arte não seja garantia para nos mantermos vivos biologicamente, certamente ela exerce um papel fundamental para compreendermos as subjetividades da existência humana e exercitarmos nossa capacidade de imaginarmos outros modos de vida.
Desde o dia 17 de março de 2020, Beth Neves borda diariamente um coração para cada pessoa morta pelo COVID-19 no Brasil. A artista borda amor, aconchego e descanso em um lençol de casal branco, hoje com 1736 corações. Como se através deste conseguisse abraçar os corpos dos corações que não batem mais.
“Cada um o coração” é um trabalho em processo e sem previsão de fim, que possivelmente culminará com o limite físico ou emocional da artista, uma vez que a cada dia o número de mortes é exponencial. Mãos cansadas, agulha e linhas coloridas nos lembram que as pessoas são únicas e insubstituíveis. O ato de bordar é repetido exaustivamente horas a fio, como um gesto de amor e sanidade.
Paula Borghi
I understand the inherent relationship between art and life,artist Louise Borgeois imprinted the Art History with the following sentence: Art is a guaranty of sanity.Even though art is no guarantee to keep us alive biologically, it certainly plays a fundamental role in understanding the subjectivities of human existence and we exercise our ability to imagine other ways of life.
Since 17th March 2020, BETH NEVES embroiders a heart every day for each person killed by COVID-19 in Brasil. The artist embroiders love, warmth and rest on a white double sheet, today with 1736 hearts. As if through this she could embrace the bodies of hearts that don’t beat anymore.
“EACH ONE’S HEART” is a work in progress and with no end in sight, wich will possibly culminate in the artists physical or emotional limit, since each day the number of deaths is exponential. Tired hands, needle and colored threads remind us that people are unique and irreplaceable. The act of embroidering is repeated exhaustively for hours on end, as a gesture of love and sanity.
Paula Borghi