SP-ARTE 2022
O Universo Onírico como resposta à brutalidade humana, ecológica, política e econômica
SOBRE AS OBRAS:
É possível pensar no trabalho Rosas ao Vento II (2022) de Ana Amélia Genioli, como a figuração de um des.norteamento, que ecoa uma falta de orientação certa, seja ela cardinal, territorial, política ou emocional.
Arturo Gamero, no desenho em grande formato, Pedras, galhos, cabeças, ar luz (2018), delineia sobre o suporte o interesse pelo auto-retrato, por como signos e significantes se relacionam para dar forma à condições de vida que extrapolam o comumente visível.
Há um lugar em que é possível se aquietar, respirar e entrar em comunhão consigo ao contemplar o horizonte de uma paisagem mundana, enquadrada por um véu de plantas tropicais. O díptico, Sem título (2022) de Claudia Melli, continua as pesquisas manifestadas na série Respira (2021), que traduz as florestas e paisagens submersas no mar.
Em Foco e Franja (2022) de Deisy Xavier, as possibilidades de movimentação, expansão e retração, zonas permeáveis das unidades que formam um todo, convidam a contemplar a nossa natureza impermanente, o fluxo vital que designa vida, contido no ato de eternamente se transformar.
A responsabilidade coletiva pelas atrocidades destrutivas à natureza, cometidas em prol do consumo, pelas sociedades contemporâneas são denunciadas no Devastar #6 de Edgar Racy.
Com a frase em mármore esculpida à mão "O que fazemos com Incerteza?”, Fernando Arias paira sobre as vidas frenéticas contemporâneas, como um apelo à pausa e à contemplação sobre os estilos de vida embasados em produtividade, que são a norma de muitos.
Nesta escultura da série Desenhos tridimensionais (2020), como em outras, Jorge Aguilar se mune de materiais garimpados para transformá-los em algo totalmente novo, mas que em seu cerne carrega a referência ambiental de reutilização de matéria prima e a alusão à símbolos visuais que remetem a religiões de matrizes africanas que dialogam respeitosamente com a natureza.
Uma potência criativa, impulsiva, intuitiva, subjetiva e emotiva, se decanta na obra Sem título (2022) de Mai-Britt Wolthers, que ao mesmo tempo revela e vela, esclarece e confunde, ao apresentar uma composição equilibrada, mas indefinida, um espaço entre a abstração e a figuração; um borrão no sistema de signos e significantes.
Patrícia Rebello em Natureza Resiliente (2021), nos convida à uma realidade distópica, como se registrasse sob um microscópio o momento de mutação e criação de seres de um futuro mundo possível, em que vegetal e animal se fundem em novas vidas, que se reinventam ao incorporar os escombros do consumismo humano para resistir à morte.
Como na figura híbrida da cosmogonia árabe que carrega o globo e que tem Bahamut, um peixe, em sua base, os enigmas e o equilíbrio do cosmos parecem estar contidos em Mantos cortantes para xamãs desesperados: Bahamut (2018) de Sandra Lapage.
E por fim, o tríptico Eclipse (2009) de Vicente de Mello, que apresenta sombra e órbita de uma luminária doméstica, suspensa num plano infinito, como se se movimentassem a partir de um eixo que somos incapazes de afirmar, mas que se realiza na imaginação de sua cosmogonia.
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Serviço
Galeria Eduardo Fernandes na SP-Arte 2022
de 06 a 10 de abril
ARCA - stand G13
Parque Ibirapuera, portão 3